Grupo gestor:
Gustavo Salata Romão – [email protected]
Izabel Cristina Meister Martins Coelho – [email protected]
Sheyla Ribeiro Rocha – [email protected]
Mariana Brasil Xavier – [email protected]
Andrea Taborda – [email protected]
Ugo Caramori – [email protected]
Histórico
A formação por competências é o novo Paradigma de Educação Médica e Educação para Profissionais de Saúde que ganhou respaldo nos anos 2000 à partir de alguns levantamentos sobre mortes e danos evitáveis aos pacientes, como o relato “To Err is Human” (Errar é Humano) do IOM (Instituto Americano de Medicina). 1
As EPAs (Entrustable Professional Activities) ou em livre tradução para o português “Atividades Profissionais Confiabilizadoras”, foram introduzidas em 2005 para operacionalizar a formação por competência nos ambientes da prática profissional e facilitar a avaliação dos aprendizes à partir dos referenciais das Matrizes de Competência da Graduação, Residência Médica ou Multiprofissional. 2, 3
Cada EPA corresponde a uma atividade ou unidade da Prática Profissional de uma determinada profissão ou especialidade. Uma EPA pode ser confiada a um aprendiz para executá-la sem supervisão ou sob um determinado nível de supervisão desde que este aprendiz tenha demonstrado a aquisição das competências necessárias em nível proficiente. 4
As EPAs foram inicialmente descritas para a residência médica, mas posteriormente foram incorporadas à graduação médica (principalmente no internato) e mais recentemente para outras profissões de saúde. 5 Em diversos países como os Estados Unidos 6, Canadá 7, Reino Unido 8, Holanda 9, Suíça 10 e Irlanda 11, a formação por Competências e o uso das EPAs vem se consolidando e se difundido entre as escolas médicas e os programas de residência.
No Brasil, as DCNs de 2014 já incluíram três eixos de competência para a graduação em Medicina.12 Entre 2019 e 2022 foram desenvolvidas, validadas e publicadas as Matrizes de Competências para a Residência Médica em 55 especialidades. 13,14 Mais recentemente a avaliação das competências e as EPAS foram incluídas nas Diretrizes dos Programas de Residência Médica pela CNRM/MEC.15
No COBEM 2023 houve grande interesse dos participantes do Congresso sobre este tema, o que foi demonstrado em duas oficinas sobre as EPAs.
Em uma dessas oficinas foi formado um grupo de Whatsapp de professores interessados em desenvolver e aprofundar discussões sobre esses temas. Desde então tem sido compartilhado opiniões e artigos científicos que tratam dos temas “Formação por Competência e EPAS” por este grupo.
Objetivos
– Fortalecer a ABEM como referência nacional para a Formação por Competências e EPAs,
– Apoiar o desenvolvimento das EPAs pelas especialidades médicas, residência multiprofissional, graduação em medicina e outras profissões de saúde,
– Constituir um referencial técnico sobre a temática para os associados e gestores da ABEM, professores e gestores de cursos de graduação em medicina e outras profissões da saúde, preceptores e supervisores de programas de residência médica e multiprofissional, residentes e alunos de graduação em medicina e outras profissões de saúde,
– Elaborar cartilhas, material de apoio e material informativo sobre os temas “Formação por Competências e EPAs” para facilitar a difusão do conhecimento sobre a temática,
– Constituir uma comunidade de práticas para partilhar e aprofundar o conhecimento sobre a temática,
– Incluir outros profissionais de saúde, estudantes de medicina e de outras profissões de saúde, médicos residentes e residentes da área multiprofissional que se interessem pelo tema,
– Incluir integrantes de todas as regiões brasileiras para promover o desenvolvimento equânime da formação por competências em todo o território nacional,
– Participar dos eventos da ABEM, incluindo mesas específicas no COBEM e nos congressos regionais, bem como promover eventos de iniciativa própria e
– Promover e estimular pesquisas referenciadas, nacionais e internacionais, na área de “Formação por Competência e EPAs”.
Eixos de trabalho:
Entre os temas a serem desenvolvidos por este GT incluem-se:
– Aquisição e avaliação de competências
– Avaliações em ambientes de prática profissional
– Concepção e Desenvolvimento das EPAs para a graduação e especialidades na área da saúde
– Sistemas e Aplicativos para avaliação em ambientes da prática profissional
– Comitê de Avaliação e Processo de confiabilização nas EPAs
– Desenvolvimento curricular para o uso das EPAS
– Desenvolvimento docente e treinamento de preceptores em formação por competências e EPAs
Referências:
1 Donaldson, Molla S. et al. (Ed.). To err is human: building a safer health system. 2000.
2 ten Cate O. Entrustability of professional activities and competency-based training. Med Educ. 2005;39(12):1176-7
3. ten Cate O, Hart D, Ankel F, Busari J, Englander R, Glasgow N, Holmboe E, Iobst W, Lovell E, Snell LS, et al. 2016. Entrustment Decision Making in Clinical Training. Acad Med. 91(2):191–198.
4. ten Cate O. Entrustability of professional activities and competency-based training. Med Educ. 2005;39(12):1176-7
5. Shorey, S., Lau, T. C., Lau, S. T., & Ang, E.. Entrustable professional activities in health care education: a scoping review. Medical Education 2019, 53(8), 766-777.
6. nglander R, Flynn T, Call S, Carraccio C, Cleary L, Fulton TB, Garrity MJ, Lieberman SA, Lindeman B, Lypson ML, et al. 2016. Toward Defining the Foundation of the MD Degree: Core Entrustable Professional Activities for Entering Residency. Acad Med . 91(10):1352–1358.
7. Touchie C, Boucher A, editors. 2016. Entrustable Professional Activities for the Transition from Medical School to Residency. Ottawa, Ontario, Canada: Association of Faculties of Medicine of Canada
8. General Medical Council (UK). Tomorrow’s doctors: Outcomes and standards for undergraduate medical education. London: GMC 2018
9. de Graaf, J., Bolk, M., Dijkstra, A., van der Horst, M., Hoff, R. G., & Ten Cate, O. The implementation of entrustable professional activities in postgraduate medical education in the Netherlands: rationale, process, and current status. Academic Medicine 2021, 96(7S), S29-S35.
10. Michaud P, Jucker-Kupper P. PROFILES. Principal Objectives and Framework for Integrated Learning and Education in Switzerland [Internet]. Bern 2017. https://www.profilesmed.ch
11.O’Dowd E, Lydon S, O’Connor P, Boland J, Offiah G, Byrne D. The development of entrustable professional activities for the Irish intern year. BMC Med Education 2020. 20(273):1–10.
12. Rocha, V. X. M. D. (2018). Reformas na educação médica no Brasil: estudo comparativo entre as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em medicina de 2001 e 2014.
13. Romão, G. S., & de Sá, M. F. S. (2020). Competency-based training and the competency framework in gynecology and obstetrics in Brazil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia/RBGO Gynecology and Obstetrics, 42(05), 272-288.
14. http://portal.mec.gov.br/publicacoes-para-professores/30000-uncategorised/71531-matrizes-de-competencias-aprovadas-pela-cnrm
15. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. RESOLUÇÃO Nº 4, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2023. Dispõe sobre os procedimentos de avaliação dos Médicos Residentes e dá outras providências. Ministério da Educação/Secretaria de Educação Superior/Comissão Nacional de Residência Médica