“Queremos que a RBEM ultrapasse fronteiras”

Professora da Universidade Federal de Santa Catarina e das Faculdades Pequeno Príncipe, Suely Grosseman é médica, com mestrado em saúde materno-infantil, doutorado em engenharia de produção: ergonomia e pós-doutorado em comunicação. Diretora-secretária da Abem, Suely conta um pouco das novidades na Revista Brasileira de Educação Médica (RBEM).

Qual o papel da RBEM na educação médica?

A RBEM vem sendo publicada desde 1977 pela Abem, indo ao encontro de sua missão – que é desenvolver a educação médica, visando a formar um profissional capaz de atender às necessidades de saúde da população, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária – e de sua visão. É a única revista dedicada a este tema regularmente publicada na América Latina. Então, ela se torna um grande repositório de conteúdos relacionados ao ensino médico. É uma revista de referência na educação médica, subsidiando educandos, educadores, formadores de políticas educacionais e profissionais médicos no desempenho de suas atividades. Desta forma, é um veículo alinhado à visão da Abem de ser reconhecida como a principal protagonista de melhorias na educação médica brasileira, influenciando as políticas públicas de educação e saúde.

A história da RBEM parece estar muito ligada à história da qualificação de educadores médicos no Brasil.

Sim, totalmente. Antes do ano 2000, a RBEM já publicava muitas pesquisas relevantes na área da educação médica, e seu editor-chefe por 20 anos, professor Sérgio Rego, buscava sempre aumentar sua qualidade. A partir dos anos 2000, vários pesquisadores brasileiros trabalharam juntos para fortalecer a área da pesquisa em educação médica. Nesse esforço, conseguiu-se criar mestrados em Ensino na Saúde, impulsionados pelo Pró-Ensino na Saúde, e foi criada uma área de pesquisa de ensino na saúde na Capes. Aumentou então a produção de pesquisas qualificadas, muitas destas publicadas pela RBEM, e seu Qualis na área de ensino na saúde passou a ser A1. Vale lembrar alguns marcos da história da revista. No início de 2007, foi inaugurado um site com domínio próprio para a RBEM. Em 2015, a RBEM foi indexada na Scielo, passando também a ser acessada por este portal, pelo qual os artigos são submetidos.

O que tem sido feito para dar mais visibilidade à revista?

Na área do ensino na saúde, a RBEM alcançou o Qualis A1. Temos investido na seleção cuidadosa de artigos para aumentar a qualificação da revista., Para dar maior visibilidade e permitir diálogo internacional, temos incentivados os autores a terem seus artigos  traduzidos para a língua inglesa. Foi realizada também maior aproximação com a Scielo e com os revisores no Cobem de 2019 para identificar demandas. Conversamos muito sobre as necessidades e o fluxo entre gestão administrativa, editores associados e revisores. Ao mesmo tempo, passamos a participar mais dos eventos promovidos pela Associação Brasileira de Editores Científicos [Abec], que abordam diversos aspectos da publicação científica e suas inovações. Assim, estamos investindo também na qualificação da equipe, pois conforme vamos obtendo mais conhecimento podemos avançar mais.

Como é formada a equipe da RBEM?

Aumentamos o número de editores associados, todos com excelência em pesquisa e na área do ensino na saúde, para que o processo de encaminhamento dos artigos para os revisores fosse mais rápido. A editora-chefe, professora Daniela Chiesa, e a assistente administrativa da Abem, Dyanara Sbruzzi, , têm contribuído muito para a qualificação da RBEM. Atualmente, estamos em processo de elaboração de projetos para solicitar indexação da RBEM na Scopus e no Pubmed. Ainda necessitamos mais revisores e estamos buscando pesquisadores que tenham expertise e interesse em contribuir com a RBEM.

No começo de 2020 a RBEM passou a ter publicação contínua, como se deu o processo?

Em um encontro da Abec foi tratado o tema da publicação contínua, que é tendência e necessidade atual. E foi ótimo, porque estávamos com uma demanda reprimida, um tempo muito longo para publicar. Decidimos então adotar a publicação contínua. Lançamos um suplemento no final de 2019 com os artigos que estavam represados. A partir de 2020, os artigos passaram a ter publicação contínua, o que significa que, tão logo o artigo seja aceito e formatado, ele é divulgado on-line. Dessa forma, os pesquisadores têm a divulgação mais rápida de seus artigos e os leitores têm acesso a artigos atuais.

Houve melhorias na divulgação do periódico?

Começamos a divulgar visual abstracts de artigos selecionados pelos editores por sua relevância e qualidade. O visual abstract é uma síntese visual sobre as informações mais importantes de um artigo, sendo um meio adicional para aumentar a visibilidade dos artigos nas mídias sociais. Além disso, a divulgação dos artigos que estamos publicando nas mídias sociais atualiza os leitores e conquista novos públicos, o que também pode contribuir para aumentar nosso fator de impacto.

Conforme o que você relatou, essas mudanças também são qualificadas a partir da interação com outros atores do setor. Como isso tem sido feito?

Temos interagido com a equipe da Scielo. Um exemplo foi a vinda de Abel Packer, diretor da Scielo, ao Congresso Brasileiro de Educação Médica, que fez uma análise excelente das fortalezas e desafios da revista. Ele e a equipe da Scielo têm nos ajudado em reuniões para nos mostrar caminhos para melhorar nossa qualificação. Então agora estamos trabalhando nesse sentido. Estabelecemos ainda contato com o professor Sérgio Rego, para pensarmos  junto os caminhos para o futuro da revista. Temos mantido a inquietude para buscar formas de tornar a RBEM mais conhecida do que já é. Ela é uma revista consagrada na educação médica, sem dúvida, mas queremos também ultrapassar fronteiras.

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