Presidente da Abem há seis meses e recém-eleito para ocupar a cadeira 104 da Academia de Medicina de São Paulo, o professor Nildo Batista destaca a importância da associação e avalia o trabalho realizado no primeiro semestre da nova gestão.
Como foram esses primeiros seis meses de gestão? O que foi realizado?
Esse período inicial foi marcado por muito trabalho para conhecermos mais profundamente o que vinha sendo feito na Abem. Assumimos em um momento desafiador: final de ano e troca de governo. Encaramos a necessidade de tomadas de decisão urgentes por causa disso, pois havia projetos em andamento que dependiam de acertos de orçamentos com verbas federais. Também foi um período de muita satisfação, pois todas as situações foram equacionadas, e os projetos estão em andamento com normalidade. Resta ainda a sensação de muita expectativa, porque vemos um grande potencial a desenvolver. Ter colocado as coisas no seu devido lugar e realizado todos os encaminhamentos nos deixa agora tranquilos para o planejamento dos próximos três semestres de gestão.
Por que associar-se à Abem? Qual a relevância da associação?
Temos muita importância no cenário nacional, principalmente pelo momento de expansão de escolas médicas no país. Há uma grande necessidade de buscar cada vez mais a confluência de toda essa comunidade, professores, alunos e as 336 escolas que fazem esse conjunto. Um ponto importante para nós desde o começo é olhar para esse processo. Como a Abem vinha se comunicando com todos esses grupos? Como podemos melhorar o processo de comunicação, como dialogar mais com os públicos? Estamos construindo uma proposta bastante robusta para melhorar esse processo de comunicação.
A Abem é reflexo de seus associados, por isso queremos fortalecer a associação, agregar mais associados, dialogar especialmente com as instituições. Tratamos aqui de pontos importantíssimos para quem se interessa pela educação médica no Brasil. A RBEM, por exemplo, é a única revista nacional voltada a pesquisas e experiências em educação médica. Queremos que nossos públicos se aproximem mais da revista, possam usá-la em seu trabalho e também publicar mais.
Você destacou o número de escolas médicas. Qual o desafio nesse sentido?
O aumento no número de escolas demanda um maior volume de profissionais direcionados à educação médica. Por isso também estamos projetando outros canais de comunicação com as instituições, sejam iniciativas já anteriormente realizadas, como os Cadernos da Abem, sejam novos veículos. Também temos o desenvolvimento de professores e preceptores como o carro-chefe entre nossos projetos. Estamos em contato com a Sgtes para dar andamento a outras ações nesse sentido, que estão sendo analisadas pelo Ministério da Saúde e pela Opas. Nosso objetivo é fortalecer a Abem como protagonista da educação médica no Brasil, como veiculadora de informações acadêmicas e administrativas sobre o ensino médico no país. Estamos montando uma agenda de projetos para nos aproximar especialmente das escolas e resgatar nosso protagonismo científico e acadêmico, consolidando o caráter de referência em atualização profissional.
Como se deu seu recente ingresso na Academia de Medicina de São Paulo?
Fui eleito entre os acadêmicos para ocupar uma das 130 cadeiras da academia pela dedicação, pesquisa e militância em educação médica. Para tanto, foi avaliada a minha atuação e produção, serviços prestados, publicações, número de pessoas que ajudei a formar. O patrono dessa cadeira é um cientista muito famoso, o professor de microbiologia Otto Bier. A instituição é formada por médicos que de diferentes maneiras ajudaram a engrandecer a medicina paulista por sua atuação profissional.