A formação para o cuidado e a violência institucional: o que temos a falar sobre isto?”: este foi o tema da oficina realizada no dia 22 de março pela Regional RJ/ES da Abem. Com inscrição prévia, o encontro reuniu 43 participantes, entre docentes, discentes e gestores, de 14 escolas médicas públicas e privadas. A atividade se alinha à temática anual orientadora de ações da Abem para 2022, de enfrentamento da violência institucional na educação médica.
Na inscrição, como forma de preparar o encontro, foi solicitado aos participantes que informassem se já haviam conhecido alguma forma de violência institucional e, em caso positivo, qual a natureza desta violência. As respostas, sintetizadas em nuvem de palavras, estão na imagem desta publicação.
A comunidade acadêmica se manifesta como espaço de encontro humano para o desenvolvimento e para a capacitação para o cuidado com o outro, bem como ambiente de reflexão e solução de conflitos. Nesse sentido, não pode abrigar nem se adaptar à violência institucional, e de nenhuma forma naturalizá-la. Assim, a oficina teve o objetivo de sensibilizar para o desenvolvimento de práticas coerentes com a formação profissional guiada pelo cuidado com o outro.
Além da exposição sobre o tema feita por convidados docente e discente, a oficina teve um momento de trabalho em grupos, com o objetivo de discutir a relação da violência institucional com outros quatro aspectos: acolhimento, diversidade, desigualdade de acesso/permanência e currículo.
Acompanhe algumas das falas apresentadas nas sínteses dos grupos:
“Devemos acolher mostrando como funcionamos, como quem está chegando pode melhorar o que já existe.”
“Há uma cultura de violência na escola médica que pode não ser exclusivamente direcionada aos alunos; professores, funcionários administrativos e até gestores podem ser o foco em algumas situações.”
“Existe uma dificuldade de aceitação do diferente e uma busca por ser aceito e pertencer ao grupo dominante.”
“A violência começa antes, no vestibular e se revela na organização curricular: fragmentada em disciplinas; não se abre mão do conteúdo.”