Diagnóstico situacional escolas médicas e residência médica

A última reunião presencial do Conselho Diretor da Abem aconteceu no período de 12 a 14 de março de 2020, na sede em Brasília. Tínhamos notícia do primeiro caso confirmado de Covid-19 em 26 de fevereiro de 2020 e estávamos presentes no Distrito Federal quando o primeiro governador, Ibaneis Rocha, determinou o fechamento das escolas e a suspensão das aulas.

Retornamos para nossas cidades e lares, em segurança, porém assustados com a avalanche de notícias e de mudanças aceleradas que tiveram lugar na semana seguinte. Em 17 de março de 2020 soubemos da primeira morte confirmada tendo como causa o Covid-19.

Desde então, dia após dia, participamos, ora como espectadores, ora como profissionais de saúde, educadores ou estudantes protagonistas e, em muitas outras, como cidadãos planetários assistindo atônitos e surpresos, a revolução de hábitos, protocolos e legislações que permeiam a verdadeira luta para alcançar o equilíbrio da vida cotidiana e limitar os impactos do novo coronavírus.

Nestes tempos temos poucas certezas. Uma delas é que precisamos estar conectados, em diálogo, de prontidão para ouvir, compreender, buscar nossos parceiros da educação médica brasileira e assim, juntos, encontrar os novos caminhos que nos permitirão vencer esse desafio humanitário e aprender para sempre o valor do cuidado, da solidariedade, do planejamento, da educação libertadora e da liderança servidora.

Foi com este objetivo que no dia 30 de março de 2020 lançamos um convite a estudantes de medicina, seus professores e gestores para que nos contassem como estavam vivendo, nas escolas médicas, estes primeiros dias da epidemia brasileira de coronavírus.

Não nos surpreendemos com a adesão imediata. Às 11h25 recebemos a primeira resposta dos estudantes, às 11h26 a primeira resposta dos professores e às 11h30 a primeira resposta dos gestores. Estavam todos conectados, de prontidão, atentos como se espera de uma comunidade que precisa reagir a uma ameaça tão significativa quanto a epidemia que vivemos. Essa prontidão, o compartilhamento do questionário com os pares, o estímulo à participação e a vontade de colaborar foram sustentadas durante os três dias em que o sistema permaneceu aberto para as respostas. Não houve cansaço, esquecimento, insatisfação, ansiedade ou insegurança que impedisse os 5.091 estudantes, os 1.156 professores e os 124 gestores de participarem e construírem conosco o diagnóstico situacional deste período inicial da epidemia do coronavírus e seus impactos nas escolas médicas brasileiras.

Apresentamos aqui os dados iniciais de análise após o recebimento das últimas respostas no dia 1º de abril, de estudantes (às 00h01), professores (às 00h06) e gestores (23h21). O material é riquíssimo e nos comprometemos a compartilhar todas as possibilidades de análise ao longo dos próximos dias. Certamente teremos informações importantes e experiências significativas de escolas, professores e estudantes que, embora limitados em suas possibilidades de ações acadêmicas, têm exercitado a criatividade para adaptação e inovação em tempos de caminhos desconhecidos.

A todos aqueles que participaram, respondendo, divulgando, apoiando, lembrando e, em especial, confiando na Abem, dedicamos nossa gratidão.

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